Sócios receberam US$ 1,4 milhão em aportes para desenvolver a Skore, ferramenta criada para substituir os programas de treinamento convencionais
Skore surgiu a partir de uma constatação simples: a grande maioria dos treinamentos oferecidos pelas empresas não alcançam os resultados desejados. “Em conversas com funcionários de recursos humanos, descobrimos que 90% deles consideravam seus programas de capacitação um completo fracasso, com índices de engajamento péssimos e caindo cada vez mais”, diz Luis Novo, um dos fundadores. Na época, Novo trabalhava em uma consultoria de inovação de São Paulo, ao lado de Ricardo Katayama. A descoberta foi tão impactante que, em 2014, os dois decidiram fundar uma startup dedicada ao tema.
“Durante muito tempo, as companhias deram preferência ao treinamento presencial”, diz Katayama. Com o avanço das tecnologias digitais, muitas migraram para os sistemas LMS (learning management system), que permitem desenvolver cursos digitais a partir do conteúdo sugerido pela empresa. “O problema é que, nessas plataformas, a maneira como os conteúdos são organizados é antiga. Ninguém vai ficar oito horas sentado na frente de um vídeo, isso não existe.” Para resolver o problema, os sócios decidiram criar uma plataforma colaborativa, que permite à empresa desenvolver processos de aprendizado a partir do compartilhamento do conhecimento da equipe.
“A Skore representa uma maneira diferente de levar o processo de aprendizagem para as empresas. Acreditamos que o conhecimento é fluído, e não estático”, diz Katayama. A ferramenta segue dois princípios básicos. O primeiro é que todo conteúdo deve ser contextualizado, levando em conta as dificuldades de cada time. Outro fundamento básico é usar as informações que circulam entre o time, dentro da empresa, para compor os programas de capacitação. “É preciso descer na base e perguntar para os funcionários o que estão aprendendo, e onde”, diz Novo.
Com o auxílio de uma outra ferramenta, a PaperBot, é possível analisar mensagens enviadas feitas em ferramentas como o Slack e capturar conteúdo relevante que já esteja sendo trocado pelas pessoas. “É fundamental aproveitar a curadoria do grupo. Sabe aquele link que alguém te mandou por e-mail, mas você não guardou? A Skore reúne esse conhecimento, que passa a ser compartilhado por todos”, diz Novo.
Até o momento, 3.500 empresas já fizeram uso do programa – 80% desse tráfego vem de fora do Brasil. “Trata-se de uma ferramenta inovadora, com apelo global. Temos trabalhando na prospecção de clientes nos EUA e Europa”, diz Rico. Pelo modelo de negócio, o cliente corporativo paga um valor mensal pela licença de uso da plataforma – o uso é gratuito para grupos de até 10 pessoas. Entre 2014 e 2016, a empresa recebeu aportes no valor total de US$ 1,4 milhões, da Wayra, Redpoint, Barn Investiments e de investimento-anjo. Os sócios não revelam o faturamento.