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Como a Dattos descomplica e unifica a forma de grandes empresas lidarem com a conciliação de dados

Guilherme Pessoa, 34, é um convertido. Hoje pode-se dizer que aceitou o empreendedorismo em sua vida e tem fé na transformação por meio de suas ideias. Mas nem sempre foi assim. Até conseguir propagar a seus seguidores, digo, clientes, a automação de processos de conciliação (contábil, fiscal, bancária, de dados etc) por meio de uma plataforma digital e batizar o negócio de Dattos, ele passou pela área de tecnologia de grandes players do mercado financeiro.

Caiu em tentação no mundo corporativo, gozando da estabilidade de quem bate o ponto e vê o salário pingar na conta no quinto dia útil, com direito a bônus e participações nos lucros. Mas aquela vida não era para ele. Algo inquietava a cabeça de Guilherme. Nas diferentes empresas que trabalhou havia uma demanda em comum, com um agravante inadmissível, especialmente para quem vive em um ambiente tecnológico. Veio a primeira luz. Ele conta:

“A conciliação e automação dos processos era basicamente feita à mão, no Excel. E eu sempre me perguntava: por que que não automatizar? Por que não criar um software para isso?”

Guilherme não atendeu ao chamado do empreendedorismo de imediato. Começou aos poucos, prestando serviços pontuais, ainda como contratado das empresas. Em 2010, atendeu o Carrefour Soluções Financeiras na automatização de processos relacionados à área de seguros. Dois anos mais tarde, no Rio, na GP Morgan, elaborou um software de conciliação contábil. Foi quando, de fato, caiu a ficha de que havia outras áreas com a mesma demanda e que o processo para criação da tecnologia era semelhante.

Em uma conversa com o amigo de profissão Vagner Borges, 36, que já era parceiro nesses serviços pontuais e também tem formação em Ciências da Computação, chegaram à conclusão de que poderiam criar uma plataforma que conciliasse dados para todas as áreas. Até então ninguém fazia isso.

As empresas que precisam desse tipo de serviço contratam terceiros de acordo com o setor em que há necessidade. Por exemplo, a área contábil tem que conciliar suas planilhas. Chama-se uma pessoa para fazer isso. O jurídico precisa da conciliação. Chama-se outro. Hoje, a Dattos é a única startup do mercado que unifica todos os processos de conciliação.

Guilherme fala mais a respeito: “Na área de custódia e na área contábil de um banco há dados de renda física que batem com outros dados do sistema de outro setor. No fundo, o batimento é a mesma coisa. Você pega um dado de um lado e bate com o dado de outro”.

ELES CONSEGUIRAM AJUDAR AS EMPRESAS A PERDER MENOS TEMPO E DINHEIRO

Não tinha mais jeito. Era preciso ter fé e acreditar na mudança. Guilherme e Vagner investiram cerca de 50 mil reais cada um para o desenvolvimento do software, em 2012, e passaram a se dedicar em tempo integral ao novo projeto. O principal desafio foi desenvolver e criar a inteligência artificial que permitisse ao sistema importar qualquer tipo de informação, ou seja, que lesse Excel, PDF, Arquivo texto, XML, banco de dados etc. E, ao mesmo tempo, exportasse no formato de documento de preferência do cliente.

Em meio a essa dificuldade veio um outro diferencial do produto. Criou-se a possibilidade do usuário conseguir configurar as informações dele em tela e não precisar do fornecedor para fazer a leitura. O software ficou pronto para ser comercializado no final de 2015 e passou por mais um ano de testes.

A precificação do serviço da Dattos foi estipulada de acordo com o número de layouts, ou seja, a quantidade de fontes de informação que serão utilizadas. Funciona assim: o primeiro pacote envolve até 20 fontes e começa em 8 mil reais por mês. O pacote que vai até mil layouts tem custo de 30 mil reais mensais. Nos últimos meses de 2016 começou a ser comercializado para grandes players do mercado.

A proposta da Dattos é que as empresas abandonem as planilhas e centralizem o gerenciamento de suas rotinas de conciliação em um só lugar.

Foi quando a dupla encontrou as primeiras pedras no caminho. Ao implementar o sistema em clientes maiores, houve a reclamação de que estava lento. O negócio, no entanto, não parou. Passou a ser dividido por partes enquanto aprimoravam a performance do produto. Já no ano passado, Guilherme conta o quão rápido conseguiu deixá-lo:

“Se importar no nosso sistema um arquivo com um milhão de registros, isso vai demorar dois minutos, com direito a várias análises. No Excel, por exemplo, essa mesma atividade, levaria cerca de 40 minutos”

De acordo com o criador da plataforma, o que antes uma empresa demorava de oito a 15 dias para processar, com a implementação da Dattos, tudo pode ser feito em poucos minutos. Além de diminuir o tempo, a empresa também enxuga a folha salarial dos clientes. Guilherme conta que, antes de implementar o software, havia empresas que precisavam de 15 a 20 funcionários em uma área só para fazer o processo de maneira manual. Esse número pode ser diminuído para um terço após a adoção do software. “A mudança é abrupta. Tem um cliente recente que disse que economizou 70% do que gastava. Tem cases ainda em que essa economia pode chegar a 80%. Existe essa variável.”

DEPOIS DA ACEITAÇÃO, O SONHO DE INTERNACIONALIZAR

De acordo com Guilherme, a Dattos faturou 1,5 milhão de reais em 2017 e hoje atende 12 clientes. Entre as empresas que adotaram o serviço estão bancos como o BNY Mellon e ICBC, corretoras como a Easynvest e clientes da indústria, como a Recicla BR.

A Dattos conta hoje com 35 funcionários e a expectativa para o final do ano é faturar 2 milhões de reais. Em uma projeção mais adiante, os sócios esperam que a empresa torne-se referência nacional em automação de processos até o final de 2019. E a partir daí, a meta é expandir globalmente. “A plataforma é completamente internacionalizável. Dá para levar para qualquer lugar”, diz, cheio de fé no futuro.

 

Referência:  https://projetodraft.com/como-a-dattos-descomplica-e-unifica-a-forma-de-grandes-empresas-lidarem-com-a-conciliacao-de-dados/

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